Saturday, June 24, 2017

2015 - World Science Conference {Israel}

Ao ler um informativo no site da UFSM de que a Embaixada de Israel no Brasil estava selecionando estudantes para representar o Brasil no evento World Science Conference em Israel, vi a oportunidade perfeita para unir duas paixões em uma viagem: ciência e religião.
Juntamos um grupo de estudantes que preenchiam os requisitos "destaque em matemática ou ciências naturais e proficiência em língua inglesa, com idade entre 17 e 21 anos, mais um professor acompanhante", e em contato com a Embaixada, fomos agraciados com a oportunidade de participar da primeira WSCI!

A conferência foi criada pelo ganhador do Prêmio Nobel de Química de 2006, Prof. Roger Kornberg, em colaboração com a Hebrew University, o Ministério da Ciência de Israel e o Ministério das Relações Internacionais de Israel, com objetivo de motivar jovens de todo o mundo a seguir o caminho das ciências, contando com a presença de cientistas renomados e 15 ganhadores de prêmio Nobel.

Com apenas um dia livre para passeio, aproveitei para fazer um Day Tour em Nazaré, Cafarnaum e no Rio Jordão. Ler o Evangelho é uma viagem nas palavras e estar no palco desta história, adiciona ao texto um contexto de clima, sensações e distância, que enriquece a interpretação. 
Infelizmente, o foco do Day Tour foi bem comercial, então, passamos um bom tempo em lojas de lembrancinhas. Mas a emoção de sentir o Mar da Galileia, felizmente, nos transporta para um Reino que não é deste mundo!

Conhecemos o Rio Jordão (do hebraico, aquele que desce), onde, de acordo com os Evangelhos, foi realizado o batismo do Cristo.

Também visitamos a Casa do Apóstolo Pedro, em Cafarnaum. Descoberta pelo arqueólogo Franciscano Frei Virgílio Corbo, em 1968, a estrutura serviu de habitação para Jesus no início de suas pregações.

"E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali."
Mateus 4:13


Antes da conferência, os participantes foram divididos em times multidisciplinares e convidados a criar uma proposta de pesquisa científica para apresentar no evento. Nosso time, Electrical Brainstorm, tinha membros da Argentina, Bosnia, Chile, EUA, Israel, Russia, Azerbaijão, Bélgica, Austria e Brasil. Escolhemos o tema Acidificação do Oceano, fenômeno que se dá pelo aumento de CO2 na atmosfera, que dissolvido na água, altera o equilíbrio térmico das águas.
 

Além disso, assistimos a palestras sobre pesquisas científicas dos mais variados temas. Me chamou a atenção o quão forte é a integração universidade-empresa na Universidade Hebraica de Jerusalem, diferente da nossa cultura de publicar papers para fazer números, sem utilidade para a sociedade. Uma das inovações apresentadas foi na área de Processamento de Imagens, em parceria com a Adobe, com um portfólio de tecnologias de imagem incluindo manipulações de visualização em 3D, correspondência de padrões em tempo real, colorização de imagens estáticas e filmes e técnicas de animação. 

Além da programação técnica, tivemos uma belíssima cerimônia de abertura e vários momentos de confraternização!

Também nos levaram para passear pela encantadora Jerusalem, com suas ruelas cheias dos mais variados comércios. Passamos pela via dolorosa, por onde acredita-se que Jesus carregou a cruz, pelas porta de Damasco e pelo Santo Sepulcro, onde, segundo a tradição, Jesus foi crucificado. Recomendo visitar Jerusalém com um olhar cético, pois muitas das atrações que nos são apresentadas não possuem confirmação de veracidade. Questionei o ponto de vista da guia sobre o que dentre aquilo que estávamos vendo ainda era do tempo do Cristo e ela respondeu que a maioria das atrações são especulações, pois a Jerusalem que Cristo viveu está embaixo da terra. As estradas, porém, continuam as mesmas de 2000 anos atrás e o portão de Damasco também está localizado onde Paulo se converteu em Saulo, porém foi reconstruído em 1542 pelo sultão muçulmano Suleiman.

Visitamos o Muro das Lamentações, último vestígio do Tempo de Salomão, reformado por Herodes em 20 a.C, considerado o lugar mais sagrado da Terra Santa pelos judeus.

E passeamos pela lindíssima orla de Tel Aviv, à noite super iluminada, cheia de bares e restaurantes, com um clima único.

No final do evento, recebemos um prêmio no Concurso de Fotos e pagamos um micão dançando um pagode na Sessão de Apresentações Culturais.

Retornamos ao Brasil com a bagagem lotada de vontade de fazer ciência, cheia de espírito de cooperação internacional e com o pensamento de Einstein de que “A imaginação é mais importante que o conhecimento”!

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