Saturday, June 24, 2017

2015 - A Cidade Luz {Paris}

 Estar em Paris, para mim, foi encantador! Ao ver a torre Eiffel nas fotos, não esperava que ficaria tão impressionada, mas a estrutura me deixou paralisada com seus 323 metros de altura. O ícone francês, inaugurado em 1889, pelo arquiteto Gustave Eiffel, é de uma delicadeza sem igual, numa cidade com uma energia incrível.

Paris já foi, um dia, nomeada de Lutèce pela tribo celta Parisis, com referência à lama que tomava conta da cidade nas épocas de cheia do Rio Sena. Sua fundação data de 300 anos antes de Cristo, e, na época da expansão territorial de Julius Caesar (100a.c. - 44a.c.), Lutèce foi anexada ao Império Romano.

Outro ponto lindo para visitar, é Catedral de Notre Dame, que demorou, incrivelmente, 182 anos para ser construída. Em estilo gótico, a Catedral é riquíssima em detalhes e também cheia de história. Em 1804, após a Revolução Francesa, foi palco da coroação de Napoleão Bonaparte e, em 1909, houve a beatificação da padroeira da França, Joana d'Arc. Vale a pena subir os 400 degraus para apreciar a vista da cidade junto aos diabos arquitetados por Viollet-le-Duc.


Com alguns minutos de caminhada, chega-se na Sainte-Chapelle, construída em 1248 por ordem do Rei Louis IX para ser capela do palácio real. A igreja é Patrimônio Mundial da UNESCO e é difícil descrever as impressões de adentrar a construção. Por fora, um estilo gótico com um tom de frieza, por dentro, um conjunto de vitrais coloridos e iluminados de uma beleza sem igual que contam a história bíblica.

Ao lado da capela, vale a pena visitar a histórica prisão Conciergerie, onde poucos saiam vivos na época da Revolução Francesa, a exemplo da Rainha Marie Antoinete, aprisionada em 1793, que saiu de lá direto para a guilhotina.


Paris não é chamada de Cidade Luz apenas por sua beleza noturna, a cidade abrigou iluminados intelectuais, pensadores e artistas, e hoje, conta com vários museus e exposições que valorizam esta cultura. O Museu do Louvre possui mais de 35.000 obras para serem exploradas. O museu é realmente gigante e é necessário pelo menos uma semana inteira para poder apreciar 8.000 anos de cultura com calma.
Conheci a famosa pintura de Leonard da Vinci, La Gioconda, mais conhecida como Mona Lisa, mas confesso que me decepcionei com o tamanho do quadro, e, é claro, a distância enorme que ficamos dele, ainda mais com todos os turistas se empurrando para fotografar...

Também dei uma passada rápida pelo Museu Rodin, para conhecer O Pensador, que fica no jardim da atração. A escultura é tão impressionante nos detalhes do corpo que só falta respirar. O museu também tem obras de Camille Claudel, assistente de Rodin, tão talentosa quanto o mesmo, mas que não ganhou o merecido reconhecimento. Na época, as grandes escolas de arte barravam a matrícula de mulheres, mas, ainda assim, Camille lutou para tornar-se artista.

No pequeno Musée d'Orsay pude apreciar uma das pinturas mais lindas que já vi na vida: a Noite Estrelada sobre o Ródano de Vincent van Gogh, finalizada em 1888. Cada pincelada na cor perfeita, na direção perfeita, na intensidade perfeita, mostra a sensibilidade de van Gogh, que aos 37 anos se suicidou na pobreza, considerado um louco durante sua vida, e um gênio após sua morte.
Imagem do Google


Não dá para falar de Paris, sem falar da deliciosa culinaria francesa. São dezenas de restaurantes maravilhosos, que servem uma comida impecável tanto esteticamente quanto ao paladar. Fomos em um café, próximo ao Louvre, comer uma pizza maravilhosa, e também almoçamos no restaurante L'Imperial Rivoli, onde provei a típica sopa francesa de cebola gratinada (Soupe gratinée à l'oignon) e o maravilhoso Crème Brulée. Além disso, foram muitos pãezinhos com manteiga, tarteletes, macarrons de framboesa da padaria PAUL (para mim, os melhores) e inúmeros tipos de queijos.

Também, aproveitei o frio, para patinar no gelo com a galera da aula de francês!
 

Passei uma vergonha enorme na Palestra do médico espírita Andrei Moreira. Me aventurei, indo sozinha de Rambouillet para Paris à noite. Decorei o mapa do metrô e fui fingindo que era uma parisiense, morrendo de medo. 😂 Me perdi em uns becos, mas cheguei no local da palestra. Como me informaram por email que a entrada era franca, sai apenas com as passagens para não correr riscos, mas chegando lá, estavam cobrando 5 euros. Tentei explicar com meu francês de índio, mas o moço queria os 5 euros. E o pessoal espírita paciente, na fila, esperando... Só olhando... 
Lembrei da minha santa bolsinha de moedas e comecei a contar... Eu tinha 4,90 euros! 😂  Faltou 10 centavos, mas assisti à uma palestra maravilhosa sobre "Síndromes de Pânico e Fobias na Visão Médico-Espírita".

Nos arredores do Louvre, fica o Palais Royal, com diversas galerias no jardim, onde foi localizado o primeiro centro espírita do mundo: A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada em 1858 por Allan Kardec, tendo São Luis como mentor espiritual.
"Submeter ao controle da mais severa razão todas as comunicações que receberdes; não deixar de pedir, desde que uma resposta vos pareça duvidosa ou obscura, os esclarecimentos necessários para vos convencer." - São Luis

 Em 1869, ainda trabalhando pela Doutrina consoladora, Kardec desencarnou com 64 anos. Seu corpo encontra-se no Cemitério do Père-Lachaise, o maior de Paris. 
Passei o portão do cemitério e meu coração parecia estar sendo guiado ao encontro do túmulo. Avistei, de longe, o monumento mais florido e bateu uma emoção difícil de controlar. Era um sentimento de gratidão, apenas gratidão. 
Encontrei um velhinho francês que me contou que visita o túmulo todos os dias para cuidá-lo e que as pessoas levam as pétalas e fazem pedidos. Ele ofereceu uma para que eu levasse, mas eu disse que não precisava. Ele perguntou se eu não desejava nada, pois podia pedir qualquer coisa. Mas eu respondi que só precisava ser uma pessoa de bem. Acredito que assim, farei valer toda esta obra levantada com grande esforço por Kardec.
 "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei."

Finalizando, tive a benção de ver o pôr do sol do Arco do Triunfo. São 50 metros de altura, com gravações dos nomes das 128 vitórias de Napoleão e de 558 generais. Vale a pena subir os 284 degraus da escada de caracol para ver a paisagem. À noite, compreende-se porque Paris é chamada de Cidade Luz. A vista é lindíssima e o show de luzes na Torre Eiffel fechou minha viagem com chave de ouro. São 20.000 lâmpadas piscando, que cintilam a cada 5 minutos, dando um efeito encantador na cidade. 


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